domingo, 20 de novembro de 2016

Golpe pra quê?

   

     Quando o Brasil era governado pelo PSDB, na figura do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, contei os dias para o final daquela saga. Era revoltante tanto para o chamado mercado, e muito pouco para o social. É até irônico o partido se intitular social-democrata. Ainda assim, nunca pensei que a possibilidade de derrubada de qualquer governo eleito democraticamente pelo voto fosse uma saída. A direita atual achou e acabou realizando o golpe, julgando a presidente (competente ou não, mas eleita pela maioria) sem conseguir provar sua culpa por responsabilidade. Isso é um fato. Os grupos contrários, que são a maioria no congresso, se juntaram para derrubar um governo legítimo e promover uma série de ações que lesam o povo e atende aos interesses das classes mais abastadas: os empresários, os banqueiros, as empresas multinacionais... Não penso isso por ser de esquerda ou simpático ao PT. Penso como uma pessoa crítica que vê claramente o grande mal que isso tudo está causando à sociedade. Não posso concordar, por exemplo com a política do pré-sal, porque a despeito da propagação da abertura do mercado para várias empresas e o fomento da produção e por conseguinte o aumento dos empregos na área, não acho que vá acontever. Tudo isso é retórica como desculpa para entregarem às multinacionais as nossas riquezas, a nossa soberania, obviamente, em troca de grandes importâncias para poucos. Penso em mim, mas penso tb no meu filho, nas novas gerações.. Por fim, penso como um cidadão que não suporta injustiças. 

     Derrubaram a presidente na marra, sob um acordo geral dos dois poderes legislativo e judiciário, corruptos e corporativistas, para promover a repartição de aumentos vergonhos que anteriormente não vinham sendo permitido. Esse foi o preço do golpe. O golpe que visa a uma extrema política econômica neo-liberal e um desmonte total das políticas públicas de bem social promovidas pelos governos anteriores do PT. Apesar dos erros cometidos, os males desses governos progressistas não chegam nem aos pés do atual governo golpista, que de imediato propôs uma série de mudanças que afetam diretamente o povo mais pobre, sob a alegação do enxugamento da máquina pública. Ações antidemocráticas como a proposta de emenda constitucional 241que virou 55 ou a medida provisória que altera o ensino médio, sem nenhum diálogo prévio com os mais interessados, os alunos e professores, são exemplos do que vem a ser e para quem serve o governo golpista de Michel Temer. 

     Outro dia li um texto que recebi de uma amiga sobre a Derrama no Brasil colonial. A história do "quinto dos infernos" o qual resultou na revolta da inconfidência mineira que levou à morte Tiradentes e o degredo de vários outros inconfidentes. Hoje pagamos quase 2 quintos dos nossos ganhos e não vemos nenhuma revolução em curso. Devíamos aprender mais com a nossa história.

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